É bem verdade que a vitória tem sempre muitos pais e a derrota foca-se nos órfãos. Todavia, nos Açores as últimas eleições revelaram bem o desvio do “PSD/pouco açoriano”, quando na sua fuga para Portugal à Frente, não hesitou nas suas declarações, na noite eleitoral, em incensar os companheiros de Lisboa, “ à boa maneira da duquesa de Mântua e de Miguel Vasconcelos”… Foram momentos tristes, ridículos mas importantes para todos perceberem de que lado estarão quando os Açores estiverem em causa.
A candidata Berta Cabral confrontada com César conseguiu que o PS/Açores tivesse a primeira vitória da história da autonomia contra a tendência de todas as eleições nacionais. O povo açoriano entendeu o valor para os Açores dos governos da república do Partido Socialista do passado, da credibilidade da lista do PS/Açores apresentada nestas eleições e dos seus compromissos, bem como da memória das sevícias dos últimos quatro anos perpetradas pelo governo de Passos Coelho.
Esta vitória nos Açores é um sinal inequívoco para Lisboa e da firmeza exigida pelo povo açoriano, aos seus lídimos representantes, perante o próximo governo da república. E, se a legislatura chegar ao seu termo, existe um quadro político e parlamentar propício a conseguirem-se novas conquistas autonómicas. Falamos da clarificação de situações, bastas vezes repetidas nesta coluna, previstas aliás em diversos compromissos eleitorais.
Os governos de minoria acontecem pela vontade popular e, portanto, o PS não deve enveredar por aventuras circunstanciais que cedo se esfumariam no reforço, sempre possível, de um governo minoritário. Neste quadro, para os Açores continua prioritária a defesa intransigente de novos avanços autonómicos. Cavaco está de saída, felizmente, pois, ainda esta semana, voltou a lançar o despautério centralista ao querer reforçar a questão do representante da república, defendendo o seu assento no Conselho de Ministros…
Em março do próximo ano que “vá em paz e que o centralismo o acompanhe”. Hoje, começa um novo ciclo de lutas autonómicas assumidas pelo PS/Açores, até porque já se percebeu que o “PSD/a” claudicou nesta caminhada… Por estas e outras razões, depois do que lhe fizeram, porventura o Dr. Mota Amaral também estará a pensar: e agora?
Para os socialistas açorianos, agora é, de novo, tempo de cerrar fileiras em prol dos Açores.