O Partido Socialista venceu claramente as eleições legislativas nacionais na Região.
Em causa estavam duas escolhas.
A escolha dos que defendiam o reforço da defesa da nossa Região na Assembleia da República, alertando para a postura muitas vezes incorrecta, desconhecedora e até desimportada do Governo da República para com as nossas especificidades e os nossos direitos em matérias muito relevantes para o futuro. Questões como os serviços do Estado na Região, os Assuntos do Mar, a solidariedade nacional em casos de catástrofes, o respeito e reconhecimento das nossas competências, o futuro da Base das Lajes, o impacto do fim das quotas leiteiras ou o quadro regulador das relações financeiras entre o Estado e as Regiões Autónomas estiveram no centro da agenda politica do Partido Socialista.
Por outro lado, a escolha de quem se assumiu como uma caixa-de-ressonância do Governo da República nos Açores. Como embaixadores dos interesses da coligação. De quem preferiu apelar ao voto em Passos Coelho e “malhar” no PS em vez de discutir as matérias relevantes que dizem respeito ao futuro dos Açores.
Os Açorianos pronunciaram-se e foram claros na sua escolha.
É, assim, fundamental, que todos saibam interpretar devidamente os resultados eleitorais nos Açores.
A coligação de direita ganhou as eleições no resto do País. Os portugueses pronunciaram-se e decidiram que a coligação PSD-CDS deve continuar a governar Portugal, mas sem maioria absoluta.
Espera-se, por isso, que a atenção que a coligação não tem dispensado aos Açores seja corrigida. Estão em causa várias questões muito relevantes para o futuro. O PS nos Açores e na Assembleia da República estará, certamente, à altura dos desafios que se avizinham e não hesitará um segundo que seja em usar todos os instrumentos à sua disposição para salvaguardar os interesses de quem aqui vive.
Espera-se que quem perdeu as eleições na Regiãorespeite a vontade dos açorianos e perceba qual a orientação politica escolhida no dia 4 de Outubro.
Espera-se que não se confundam com as vitórias alheias, percebam o que está em causa e tenham o discernimento suficiente para evitar o registo esotérico que tiveram na noite eleitoral.