Opinião

Quanto mais perguntas, melhor?

Todos sabemos que existem: uma idade dos ‘porquês’, uma idade do ‘eu já sei’, outra do ‘talvez seja como dizes’ e talvez outra ainda do ‘já não quero saber nada disso’. Enfim idades para tudo. Vem isto a propósito da política e de perguntas que devem ser feitas, princípios que devem ser assumidos, democracia e pluralismo na aceitação da critica construtiva, mas também do desinteresse que a política está a gerar nas pessoas. Em politica deve falar-se de políticas, deve questionar-se sobre políticas, deve fazer-se politica. Por isso em politica questiona-se mais do que se sabe como certo, porque a cidadania adquire-se entendendo-a e praticando-a. A falta de procura de respostas, ao já não quero saber nada disso, deve por isso ser motivo de interrogação e de ação. Em democracia, porque existe espaço para os porquês, para o “eu estou esclarecido” ou até para o “talvez seja como dizes”, a sua maturidade e sucesso medem-se pela participação dos eleitores e o sucesso dos políticos, pelo impacto das suas mensagens, mantendo-os interessados no processo de participação democrática. São tantas as teorias da abstenção; mas um facto torna-se indesmentível, o desinteresse dos eleitores pela politica. Entender os porquês da elevada abstenção que se verifica praticamente em todas as democracias europeias seria um exercício de revisão da história do pós-guerra, do desenvolvimento de um neo-liberalismo tão próximo senão mesmo absorto pelo capitalismo da especulação, e de outros problemas da sociedade de consumo a que por tudo isso se associaram as crises financeiras e sociais que nos atingiram. O grupo parlamentar do Partido Socialista, nas suas jornadas parlamentares de dezembro, na Ilha da Graciosa, partilhou em sessão pública esta preocupação do problema abstencionista açoriano e vai continuar a estudá-lo e a propor as medidas corretivas possíveis para que haja mais envolvimento e participação dos açorianos no nosso processo democrático autonómico.