Um dos temas, com especial interesse, para a ilha do Faial, tem sido o aeroporto da Horta. Ainda mais, quando as estatísticas destacam 2016 como bom para o turismo, ao superar, quer o número de passageiros embarcados e desembarcados, quer o número de visitantes nas diferentes ilhas dos Açores. A condução, que o Presidente Vasco Cordeiro tem feito, sobre este dossier, deverá merecer especial atenção. Num cenário em que, o atual Governo da República, se tem centrado na ‘devolução’ de direitos básicos e de rendimento ao povo português, foi simplesmente NOTÁVEL, a forma como o assunto foi reintroduzido na agenda política, nomeadamente em sede de reunião realizada, logo no início de 2017, com o atual primeiro ministro de Portugal. Tratou-se de passo determinante, que não nos deverá passar despercebido, mesmo que alguns, pareçam fingir que não aconteceu. Deverá sim, merecer forte destaque, acompanhamento e interesse, face ao significado que poderá representar, na evolução de um projecto desta natureza e dimensão. O Presidente do Governo Regional (re)centrou, e bem, ao mais alto nível, o assunto da operacionalidade do aeroporto da Horta. Não enquanto intervenção de circunstância, para a fotografia. Tal, seria copiar o erro grosseiro (há quem diga que propositado) cometido pelos deputados do PSD na Assembleia da República, que com perguntas de encomenda, conseguiram desbaratar anos de trabalho e de compromissos assumidos, desencadeando mesmo o abandono frontal e descarado, deste compromisso, pelo próprio governo do PSD/CDS, que suportavam.
Aliás, após esse ‘frete’ inqualificável, com nefastas consequências, o PSD-Açores passou a ilibar o Governo da República, de responsabilidades sobre o aeroporto da Horta, mesmo sendo o proprietário, exigindo que fosse assumido, em exclusivo, pelo Governo Regional, chutando para ‘canto’, de forma direta, as obrigações nacionais e, de forma indireta, a desastrosa concessão da ANA, e o abandono da intervenção antes programada, quer por declarações do Ministro Santos Pereira, quer mesmo, pela voz, do ex. Primeiro Ministro, Passos Coelho. É, no mínimo ridículo, assistir a alguns dirigentes e responsáveis, corroborados pelos arautos locais do costume, ainda defensores convictos do anterior Governo PSD/CDS, a manifestarem alta preocupação, com o problema do aeroporto da Horta, quando participaram de forma ativa na inviabilização da solução que esteve exatamente nas suas mãos. Mesmo anedótico, se não fosse tão grave, quando afirmam que a solução agora deverá ser regional. Até foi promessa eleitoral, no contexto das legislativas regionais, mesmo sabendo que o PSD nacional, não apoiaria esta intenção. Pareciam já antecipar, a derrota verificada, adotando a irresponsabilidade de, ‘’se estava perdido por cem, então que fosse perdido por mil”. O desespero foi de tal ordem que chegaram a propor um pacto, entre candidatos nas legislativas regionais. Assumindo a contradição de envolver outros partidos no que o seu próprio partido se recusou a concretizar. O Presidente Vasco Cordeiro, optou por uma posição ponderada e responsável, como deve ser, ouvindo as preocupações das pessoas, refreando ímpetos de momento, percebendo o problema e reforçando o apoio do Governo Regional a este objectivo, mas alertando sempre, que a República tem de ser envolvida, não podendo ser desresponsabilizada, num projecto desta natureza.
A razão é simples, e é de fundo. Trata-se da afirmação dos Açores, enquanto uma região autónoma, parte do território nacional. Com quem a República tem a obrigação de assumir e cumprir, de forma clara e objetiva, com as suas responsabilidades. Já estamos habituados a enfrentar ímpetos, normalmente nacionais, de sentido contrário. Estranhamos quando têm origem na própria região, como é o caso. Mas, é nossa obrigação, mantermos os pés bem assentes, não trocando aparentes vitórias do imediato, por valores e princípios de médio/longo prazo, assegurando sempre uma posição sólida que salvaguarde a força da autonomia. Na verdade, o problema da melhoria da operacionalidade do aeroporto da Horta, só se coloca porque o PS mantém o seu compromisso, bem como a luta para encontrar condições de o concretizar. Se o PS, adotasse uma posição semelhante à do PSD, a questão do aeroporto da Horta, simplesmente desapareceria da agenda política, com as consequências daí decorrentes. Importa relembrar que, foi com o PS que foi ampliada a gare de passageiros, foi com o PS que a pista viu concretizada a sua reabilitação, foi com o PS que foi intervencionado o edifício da torre de controlo, foi com o PS que se investiu na expansão do sistema de gestão de tráfego aéreo no grupo central, foi com o PS que se avançou para a implementação do sistema RISE em curso, como está ser com o PS que assistimos a um (re)posicionamento do assunto da pista do aeroporto da Horta e que assistiremos, estou certo, à intervenção ambicionada. Uma abordagem responsável, da problemática da operacionalidade do aeroporto da Horta, tem de considerar esta importante alteração. De facto, o problema do aeroporto da Horta, não está, ainda resolvido. Mas, de facto, regressou à agenda nacional!