Opinião

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Caros Leitores Encontra-se em consulta pública o futuro da Política Agrícola Comum e o Ministro da Agricultura já apresentou em Bruxelas as linhas de orientação estratégica de Portugal. Dou-vos também a conhecer um interessante caso de comércio justo de leite francês que bem podia ser açoriano e por fim, claro, uma referência à presença dos Açores na 22ª edição do SISAB - Salão Internacional do Sector Alimentar e de Bebidas. 1 - O FUTURO DA PAC - A Comissão Europeia lançou a 2 de fevereiro a primeira fase da modernização e simplificação da Política Agrícola Comum (PAC), com a abertura de uma consulta pública de três meses. As contribuições recebidas irão apoiar os trabalhos da Comissão a fim de definir as prioridades da política agrícola para o futuro. Contrariamente à maioria dos sectores da economia, cuja responsabilidade cabe aos governos nacionais, a agricultura é um setor apoiado exclusivamente ao nível europeu. Na União Europeia existem cerca de 11 milhões de explorações agrícolas e 44 milhões de pessoas trabalham em toda a cadeia de abastecimento alimentar da UE. Dada a importância deste debate, o Ministro da Agricultura apresentou as linhas de orientação estratégica de Portugal para o debate do Futuro da Política Agrícola Comum pós-2020. Capoulas Santos identifica 3 grandes linhas: a manutenção da atividade produtiva em todas as regiões da União Europeia, o desenvolvimento de uma agricultura eficiente e inovadora, capaz de garantir relações equilibradas para os agricultores na cadeia alimentar e de satisfazer as necessidades alimentares e nutricionais dos cidadãos europeus?e a preservação dos recursos naturais. Para contribuir também para este debate e garantir a salvaguarda das especificidades das regiões ultraperiféricas e em particular a salvaguarda do POSEI, o PS avançou com a proposta de realização de uma iniciativa parlamentar sobre o Futuro da PAC no âmbito da Comissão da Agricultura e Mar. 2 - COMÉRCIO JUSTO PARA O LEITE-O que diria se fosse criada uma nova marca cujo preço do leite fosse definido com base numa parceria comercial, baseada no diálogo, na transparência e no respeito, oferecendo melhores condições comerciais e garantindo os direitos dos produtores? Foi isso que aconteceu em França. Com a crise mundial que o sector leiteiro atravessava e a consequente redução do preço pago ao produtor, o grupo francês Gueules Cassées criou um tipo de "comércio justo do leite", onde os clientes determinam preços justos para os produtores. O acordo prevê que os produtores recebam 39 cêntimos por litro de leite e, em troca, concordam em alimentar as suas vacas com forragem local, sem produtos geneticamente modificados e em manter os animais no pasto pelo menosseis meses do ano.A nova marca C'est qui le patron? (Quem manda?) vendeu cinco milhões de caixas de leite em quatro meses! O leite semidesnatado foi originalmente lançado nas lojas Carrefour em novembro e o produto é agora apoiado pelas redes de supermercados Colryut, Intermarché, Auchan e Cora. O sucesso alcançado já levou a empresa a considerar o lançamento de outros produtos como manteiga e iogurtes. Um interessante exemplo a ser seguido pelas nossas empresas. 3 - SISAB PORTUGAL 2017 - Esta semana visitei o Stand dos Açores presente no Salão Internacional do Sector Alimentar e de Bebidas, que decorreu de 6 a 8 de março. O SISAB PORTUGAL é considerado a maior plataforma de negócios com compradores de 110 países dos 5 continentes. Estão presentes: mais de 500 Empresas nacionais, 28 Sectores, mais de 6.000 produtos, mais de 16.000 Rótulos e Embalagens, mais de 1.600 Compradores Internacionais. A nossa Região estava representada com pujança, 31 empresas açorianas concentradas no Stand dos Açores, numa atrativa iniciativa do Governo Regional através da SDEA e da Câmara do Comércio e Indústria dos Açores. Os empresários demonstravam grande entusiasmo, novos produtos e, acima de tudo, boas perspetivas de negócios. As empresas açorianas e os Açores estão de parabéns!