O PSD Açores, pelas mais recentes aparições públicas dos seus dirigentes, obriga-nos a tecer algumas considerações na tentativa de decifrar uma estratégia idêntica àquele navegador que se encontra à deriva. O PSD/A, à imagem do nacional, está a fazer política ao sabor do vento. Em Lisboa tanto se vê o PSD ao lado de Mário Nogueira, como no dia seguinte está na foto ao lado do comissário europeu defensor das multas ao País. Em linguagem musical, temos um Rio a dançar um mix entre a Internacional e o pisca-pisca da Ruth Marlene. Ninguém leva isto a sério. Já todos perceberam. De Portugal ao Montenegro. E nos Açores? Ora bem, a mistura musical não é tão estranha. Mas a verdade é que podia dar um belo bailinho à moda da Terceira. Temas para a sátira não faltam. E personagens também não. Ora vejamos alguns exemplos. Comecemos pelo transporte aéreo. O PSD/A, liderado pelo então Presidente Mota Amaral, não achou adequado internacionalizar a SATA. Esta opção, com elevadíssimos “custos” para a Açorianidade, foi garantia da não existência de quaisquer eventuais problemas. A máxima “quem não faz, não erra” foi seguida religiosamente. O PS Açores, ao invés, decidiu fazer. Decidiu abrir os Açores ao mundo. Decidiu dar asas aos Açorianos. A opção, com evidentes riscos face à escala da Região e dimensão da empresa a criar, tem sido de há uns anos a esta parte alvo de ferozes críticas do PSD/A. Sem qualquer pudor, chegámos a ouvir a Dr.ª Berta Cabral (sim, a mesma que passou pela administração da SATA) a arrasar as opções e resultados da empresa. Atualmente, temos ouvido dirigentes de todas as ilhas do PSD a exigir mais voos, mais escalas, mais aviões, mais tripulações e... melhores resultados. Temos, portanto, um PSD em versão quadratura do círculo. Vamos agora ao transporte marítimo. O mesmo (?) PSD decidiu, enquanto Governo, acabar com o transporte marítimo de passageiros inter-ilhas. O atual PSD, ainda com alguns dos protagonistas desse tempo, dia-sim dia-não, aparece em público a criticar o governo por atrasos nas viagens, avarias dos navios, resoluções de contratos pelo armador ou incidentes e acidentes. Simultaneamente, exigem mais viagens; navios mais recentes; navios mais rápidos e confortáveis e... melhores resultados. Este é o PSD defensor dos transportes marítimos diários entre 6 ilhas ou do “Posei transportes”, cuja ideia foi avançada na campanha eleitoral de 2012… por quem tinha altas responsabilidades políticas aquando da decisão do fim do transporte marítimo de passageiros. Temos, portanto, um PSD em versão “perdoa-me”.
Portanto, temos um PSD Açores cujo rumo é por ali, mas podia ser por aqui. É assim ou então o seu inverso. Pode ser isso, mas também o seu contrário. Assim vai, infelizmente, o maior partido da oposição nos Açores: navegando ao sabor do vento e das marés!