A prestação dos serviços públicos no setor da educação e da saúde define a qualidade e bem-estar da sociedade. Estes dois setores são de competências regionalizadas, perante aquele que é o desígnio político de desenvolvimento e qualidade de vida dos Açorianos. A convivência com a COVID-19 deixa lições que devem integrar novas respostas ao cidadão nestes serviços públicos.
A pandemia em que se vive acelerou a transição digital. Os professores ligaram-se para que os alunos não ficassem desligados. Os profissionais de saúde ligaram-se para atenderem os pacientes. Conquistamos novas formas de trabalho e de relacionamento. Não substituíveis, mas utilizáveis.
Num arquipélago com 19 concelhos, com cerca de 241.000 habitantes, 44000 alunos, mais de 40 escolas e uma vasta rede de formação profissional, perante aquela que é a natural ambição para um sistema educativo e profissional que melhor responda à diversidade de aprendizagens e da qualificação da população açoriana, o recurso ao ensino à distância deve ser impulsionado como parceiro estratégico nos novos modelos organizacionais e produtivos, desde logo para mais e novas respostas educativas e formativas.
Os Açores necessitam de criar e captar recursos humanos com as qualificações e competências necessárias ao desenvolvimento e transformação social, ambiental e económica, alinhados com os eixos a integrar na revisão da Estratégia de Investigação Inteligente (RIS3 Açores).
3 hospitais, 9 centros de saúde e dezenas de postos de saúde e milhares de deslocações de utentes entre ilhas por ano, formam o Sistema Regional de Saúde (SRS) com 40 anos. Em tempos de pandemia o SRS promoveu consultas não presenciais e prescrições eletrónicas via sms. Com mudanças disruptivas, a poupança de recursos e de tempo, contribuirão para um melhor SRS e onde a telemedicina deve ser parceira de uma mudança na reorganização do sistema de saúde acompanhada da contínua reeducação da população.
O pilar da saúde, da educação e qualificação, com a inclusão de ciclos inovadores e transformadores, são essenciais e insubstituíveis para a retoma económica e social pretendida e como resposta a pandemias futuras.