Muito bem. A vontade é muita, realmente, mas por si só não bastará. A vontade de se afirmar ser melhor por mera tentativa de comprovação de que os seus antecessores governantes em nada acertaram, enfim, em tudo erraram... A vontade de se afirmar ser melhor por mera nova tentativa, em insistência, já que alguém ao ouvir, muito delicadamente, pede as suas mais sinceras desculpas e, enchendo bem o peito de ar, afirma não ter percebido bem à primeira... A vontade de se afirmar ser melhor só porque agora é que é bom, ou melhor, só porque agora é que vai ser bom, e já agora, outra vez, porque os outros falharam, redondamente, e essencialmente (em bom português falando e de pronúncia Açoriana) quando no agora não se conseguir "dar tafulho" às responsabilidades...
Isto de se trocarem argumentos sem fundamentos, essencialmente e se possível, mensuráveis, de nada mais serve senão para sacudir a aguinha do capote e, como diria um amigo meu, talento tenístico de outros tempos, "é bola cá, bola lá!" ...Isto assim não é nada, na verdade, e diria até, isto assim não leva a nada.
Então vamos a taxas de evolução, que é disso que se trata e, no meu modesto entender, se avalia um trabalho desenvolvido (e já agora aproveito, naquele aparte que considero mesmo irresistível, também a avaliação das aprendizagens dos alunos assim deveria ser olhada, numa estrutura variada de instrumentos e, essencialmente, assente na evolução do aluno). Mas bom, agora adiante, foi só mesmo um aparte.
E ia eu a falar de taxas de evolução naquilo que respeito diz ao estado da Educação nos Açores. Pois bem, então aqui vão alguns números que dispensarão mais apresentações do trabalho desenvolvido nesta área pelo governo PS/Açores: taxa de transição no 1º ciclo de ensino - no ano escolar de 2012/13 era de 86,1%, em 2019/20 foi de 96,9% (referência a não esquecer - ultrapassada a meta estabelecida para daqui a cinco anos); taxa de transição no 2º ciclo de ensino - no ano escolar de 2012/13 era de 83%, em 2019/20 foi de 98% (referência a não esquecer - ultrapassada a meta estabelecida para daqui a cinco anos); taxa de transição no 3º ciclo de ensino - no ano escolar de 2012/13 era de 75,1%, em 2019/20 foi de 94,3% (referência a não esquecer - ultrapassada a meta estabelecida para daqui a cinco anos); taxa de conclusão do ensino básico - no ano escolar de 2012/13 era de 73%, em 2019/20 foi de 92,2% (referência a não esquecer - ultrapassada a meta estabelecida para daqui a cinco anos); taxa de transição do ensino secundário em cursos científico-humanísticos - no ano escolar de 2012/13 era de 71,5%, em 2019/20 foi de 90,9% (referência a não esquecer - ultrapassada a meta estabelecida para daqui a cinco anos); taxa de conclusão do ensino secundário em cursos científico-humanísticos, profissionais e profissionalizantes - no ano escolar de 2012/13 era de 66,3%, em 2019/20 foi de 87% (referência a não esquecer - ultrapassada a meta estabelecida para daqui a cinco anos).
E eis o trabalho, números às claras! Longe de concluído, longe de nos encontrarmos felizes enquanto nos mantivermos com taxas de sucesso ainda inferiores às médias nacionais, enquanto nos mantivermos com uma taxa de abandono escolar precoce muito acima da média nacional, muito longe de nos regozijarmos com os resultados alcançados, mas eis o trabalho real, igualmente bem longe, de modo evidente, de um trabalho sem obra.