Opinião

Campanhas eleitorais mornas em Verão quente

Campanhas eleitorais mornas em verão quente. Assim se caracteriza o período pré-eleitoral nos Açores para as autárquicas a 26 de setembro de 2021.

As equipas candidatas já são conhecidas e a este propósito a rede social tem sido uma ajuda preciosa, falta, porém, na esmagadora maioria dos 19 concelhos, os programas eleitorais, o mesmo é dizer a apresentação do projeto político.

A menos de 22 dias a maioria dos cidadãos dos Açores não têm conhecimento do que move a maioria das candidaturas e o que propõem para os seus concelhos.

As eleições autárquicas, tradicionalmente são as mais concorridas, desde logo pelo fator de proximidade e identificação do eleitorado ao candidato.

Ao nível de freguesia há uma maior motivação o que mobiliza os intervenientes para a redução da abstenção.

Com o respeito pela decisão do povo e até eventuais surpresas pós-eleitorais - ganhar nas urnas nem sempre é sinal de constituir Governo -, a esta distância a minha previsão eleitoral é a de que ocorrerão alterações naquela que é a atual distribuição partidária nos Açores.

Debates na RTP/Açores, RDP/Açores e entrevistas no Açoriano Oriental e outros jornais locais: úteis. Estes debates e entrevistas para além da informação pública, deveriam convidar os partidos a repensarem as suas opções.

Apresentar candidatos por si só, não é condição de sobrevivência partidária.

Campo de ação e de influência autárquico: porventura pela inexistência de programas autárquicos, assistimos nos debates e entrevistas a alusão a temas que não são da competência autárquica. É um erro. Os governos autárquicos têm campos de ação próprios, tudo o resto é apenas de influência e essa influência só se atesta após a vitória. O seu contrário, é a prova de promiscuidade entre governos e candidatos.

Movimentos independentes: não sou adepta de movimentos independentes. Respeito quem os integra e as suas motivações para tal. Porém, vejo duas abordagens para este tipo de escolha: a criação de um movimento que se agrega por um projeto político ou a criação de um movimento como resposta política travestida de ressabiamento para com um determinado partido ou partidos. A última escolha não posso nunca subscrever, por entender que são candidaturas individuais, egos pessoais, em vez de coletivas.

Candidaturas em São Miguel: conheço bem o território Micaelense e as escolhas efetuadas pelos partidos irão contribuir em muito para que se atinga um resultado de 3 câmaras para o PS e PSD – logicamente que tenho as minhas previsões para cada candidato/câmara, porque olhos e ouvidos atentos próximos do povo permitem-nos vislumbrar a tendência de voto.

Porém, este não é o momento e nem o espaço para a “contagem de votos”, derrotas ou vitórias antecipadas. O poder do rumo para cada concelho está do lado do povo.