Opinião

Mais vale um pé do que duas muletas!

É uma máxima de Goebbels, quem não conhece o personagem, braço direito de Hitler, ministro da propaganda: "Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade". Pois bem. De um muito compridinho rol delas, temos agora a aplicação desta estratégia na defesa de uma ideia que é de bradar aos céus - a maravilha, o fantástico que é, esta nova democraticidade do Governo Açoriano, dizem. Eu cá tenho a impressão de que não há agora um discursozinho da direita Açoriana em que se não repita a receita. Muita bom!! Assim é que é muita bom!! Afinal, afinal, muito melhor do que um partido eleito a governar, é um monte deles ao mesmo tempo! Boa! Mais simpático, mais abrangente, mais acolhedor, enfim, mais tudo. Eu até sugeria, já agora, e porque não, fazermos todos um esforço para que se juntem mais uns quantos princípios e ideais políticos no montinho! Sim, e porque não?! Apenas seis? Só?! Pode sempre melhorar em número. Melhor, muito melhor, seria ainda muitos mais, sei lá, "n" (mais um) líderes de bancada, cada um com a sua mãozinha no volante, também eles puxando uma pisquinha, ora uma coisinha mais para a esquerda, ora uma coisinha mais para a direita, de governança à vista desarmada... Giro, hum!?

Pois compreende-se. Não fica realmente fácil traçar um rumo para a atual governação. Umas mãozinhas a fazer forcinha para uma banda e algumas outras mãozinhas para a banda oposta. E depois quem ganha, ainda que à última da hora, claro está, é quem apresentar mais forcinha no bracinho. Simples. Estilo braço de ferro. E assim vamos nós. Mas eu só gostava era que me explicassem uma coisa, já agora, tal e qual o fizessem a uma criança muito pequenina: se liderar assim é melhor, o porquê então de o não praticarem sempre e em todas as candidaturas?! Ah, pois é! Estão verdes, não prestam! Virtuoso, virtuoso, mas é só às vezes!... Talvez mais quando dá jeito. Chama-se a isso de falácia. E os ideais que se joguem às couves do vizinho, por cima do muro, para que ninguém mais se lembre de falar dessa história. Interessa lá a alguém que um partido do governo (ou que suporta o governo, já que para o efeito é exatamente a mesma coisa) abomine a autonomia (alto lá, dizem eles que é só contra esta e não outra autonomia), que um outro partido ache, disfarçadamente, que ninguém devia ter confinado por causa de uma pandemia (apenas e só, uma pandemia, vejam bem), ou que um outro defenda o regresso dos reis aos Açores (e, por suposto, de toda a restante trupe real, lá está), isto já para se não falar de que, certamente, a localização ideal do palácio seria, como é óbvio, no Corvo!? E interessa lá a alguém que, desse montinho, qual cereja no topo do bolo, faça ainda parte um partido que a ninguém quer dizer não, conciliando e conciliando para que os outros o deixem sentar-se no trono mais alto (e para afinal nada ditar), um outro inteiramente disponível para servir este (como o poderia ter feito à esquerda, enfim, àquele que mais oferecesse) e ainda mais outro (agora a solo, dividido e não partido, em sentido algum) que também o suporta nas contas finais da Assembleia, mas que, a bem dizer, é carinhosamente tolerado por toda uma força que se soltou da encruzilhada circunstância?!... Interessa lá a alguém...!?Não, bom, bom, é mesmo uma Hidra ao volante! Haja decoro.