Cessou ontem funções a Task-Force, cujo intuito da sua criação foi a elaboração do Plano de Vacinação contra a COVID-19 em Portugal.
Após um arranque titubeante, onde foram indiciados abusos e favorecimentos, o Vice-Almirante Henrique Gouveia e Melo assumiu a coordenação da equipa liderando uma das maiores operações de sempre: vacinar a população portuguesa contra a COVID-19 eficaz e eficientemente.
Ao longo dos últimos meses e em tempo recorde, foi definida a estratégia de vacinação, o plano logístico, o plano de segurança do armazenamento e distribuição das vacinas, o plano de administração das vacinas, o plano de registo e monitorização clínica das vacinas, o plano de comunicação aos cidadãos, bem como as iniciativas normativas consideradas necessárias e adequadas.
Com um indiscutível sucesso, atingiram-se as metas de vacinação antes das datas inicialmente previstas colocando, assim, Portugal no topo dos países com maior taxa de vacinação.
Se é verdade que o sucesso do processo não se pode atribuir apenas e só ao Vice-Almirante, pois dele fazem parte os restantes elementos da equipa, bem como todos os profissionais de saúde que nele participaram, a verdade é que a liderança assumida foi reconhecidamente exemplar.
Enfrentando um sistema descredibiliza do, tornou confiável o plano de vacinação, estruturando, planeando e controlando todo o processo.
Este reconhecimento geral e consensual surge em contracorrente com o sucedido na Região, em que o processo de vacinação sofreu uma série de atropelos, cuja explicação para a sua ocorrência ainda não existe até ao momento, pese embora os elementos nomeados pelo Governo Regional para o efeito.
Recorde-se que o Governo Regional criou em dezembro uma Comissão Especial de Acompanhamento da Luta contra a Pandemia de COVID-19, entretanto já extinta, mas que levou da Região mais de 100 mil euros, considerando as remunerações atribuídas, as despesas de representação, as despesas de viagens, o pagamento de despesas de alojamento, os subsídios de refeição, as ajudas de custo, os subsídios de transporte e, por fim, o direito a casa na ilha Terceira.
Aos três elementos que compunham a referida Comissão competia preparar o plano de vacinação regional contra o vírus SARS-CoV-2.
Ao longo das semanas e meses que se seguiram, o Secretário Regional da Saúde e Desporto foi por várias vezes questionado relativamente ao processo de vacinação, sendo as questões colocadas invariavelmente motivo de má interpretação ao invés do devido e necessário reconhecimento da necessidade de melhoria e cabal esclarecimento e motivação pública num momento essencial da Pandemia.
Contudo, não reconhecendo publicamente que o processo não decorria bem, o Governo Regional, para além de ter criado uma Comissão com essa mesma atribuição, decidiu contratar mais um elemento, desta feita para coordenar o processo logístico associado à vacinação, para além de um outro elemento adicional, especialista em comunicação e saúde pública, cuja intervenção se terá centrado na Vila de Rabo de Peixe.
Se à supramencionada Comissão foram pagos mais de 100 mil euros, a estes dois últimos elementos pagar-se-á adicionalmente 25 mil euros por cinco meses e 14 mil euros por quatro meses, respetivamente.
No entanto, nem assim o processo de vacinação encarreirou.
Foi necessário auxílio da referida Task-Force.
Em boa hora o mesmo aconteceu.
Acompanhado por uma equipa militar composta por nove elementos, o Vice-Almirante Gouveia e Melo deslocou-se à Região para vacinar, com a primeira dose, 70% da população, nomeadamente, nas ilhas sem hospital, exceção feita ao Corvo, fazendo aquilo que durante meses o Governo Regional e os elementos nomeados não conseguiram.
Gouveia e Melo foi um unificador em torno dos objetivos pretendidos, de forma clara e transparente, reconhecendo e retificando o que decorria menos bem, motivando cada um dos envolvidos a assumir as suas responsabilidades.
Os objetivos traçados foram salvar vidas, resiliência do Estado e libertar a economia.
A comunicação foi um dos pilares da estratégia.
Disse recentemente o Vice-Almirante que "existem metas políticas, mas depois há problemas concretos que exigem decisões e resultados, não tem a ver com ideologias, são questões técnicas. Os objetivos são definidos pela política, mas depois deve ser gente competente a fazê-lo e não misturar as duas coisas".
Tem toda a razão.
Bem-haja e obrigado pelo auxílio e trabalho exemplar.