Opinião

Agitações...

O período político que vivemos é de alguma agitação, lá e cá.
Em Lisboa, o fato de, em termos de normalidade, as próximas eleições serem já as Legislativas nacionais, a acrescer à circunstância de se estar em período de discussão e aprovação do Orçamento de Estado, precipitou algumas agitações.
Num Parlamento sem maiorias claras, cabe aos partidos e grupos parlamentares situados à esquerda do espetro político entenderem-se, sob pena de precipitarem uma crise política que Marcelo, com a sua irreprimível vocação de bombeiro incendiário, já veio "comentar" que pode desembocar, a confirmar-se, em eleições antecipadas, com o eventual risco de a correlação de forças político-partidárias não se alterar significativamente.
Restatentar perceber se, para além das encenações próprias duma negociação, alguns partidos à esquerda não terão a tentação de "esticar a corda", à semelhança do que ocorreu há alguns anos...
À direita, Chicão e Nuno Melo afiam facas no CDS. Para os não zelotas, não se vê bem a diferença entre os dois políticos, só que ambos representam, no atual momento, famílias aparelhísticas desavindas, num Partido em risco de irrelevância eleitoral.
No PSD, Rio enredou-se na data das eleições internas, e foi derrotado pelo seu Conselho Nacional. Entretanto, Rangel assumiu-se como candidato a líder. A Direita tenta assim uma clarificação interna, enquanto o Chega se prepara para corrigir a decisão do TC relativa à ilegalidade dos seus Estatutos.
Por cá, o montante de endividamento pretendido pelo Governo na sua anteproposta de Orçamento é verdadeiramente surpreendente, para lá da névoa argumentativa da "pesada herança". Estaremos perante opções políticas insustentáveis? Até onde é aceitável o nível de endividamento e com que finalidades?
Os tempos estão perigosos... mas interessantes!