Mesmo antes de terminar esta campanha eleitoral já se pode concluir que esta volta a ser uma campanha de todos contra um. E digo que volta a ser, porque essa já foi uma receita utilizada em 2020 nas eleições regionais e também nas últimas autárquicas em 2021.
Ou seja, voltamos a ter partidos e candidatos que abdicam do seu programa e do que defendem para entrarem num combate do vale tudo só para que o PS deixe de governar.
Caros ouvintes, não me parece que este seja um bom propósito e só demonstra falta de projeto credível para apresentar ao povo.
Qualquer um consegue perceber que os discursos se repetem. Nesta campanha temos André Ventura a dizer que o seu objetivo é retirar o Partido Socialista do Governo e temos Rui Rio a dizer que não fará acordos com o Chega. Onde é que já ouvimos isso? Pois é: em 2020 Paulo Estevão também disse que o seu único objetivo era retirar o PS do Governo dos Açores e mesmo depois de ter dito que Bolieiro não reunia as condições para ser Presidente, engoliu os sapos todos. Por sua vez, Bolieiro, em campanha, disse que não fazia acordos com o Chega, mas todos nós sabemos que ele hoje é refém do acordo que fez com o Chega.
Caros ouvintes, as semelhanças são evidentes e nós já sabemos o que nos trazem. Por isso, a pergunta que devemos fazer antes de votarmos é se queremos ver replicada no Continente a solução dos Açores ou se queremos uma solução que garanta estabilidade para conseguirmos superar o grande desafio que é recuperar o País desta crise social e económica que atravessamos.
Como sempre, e ainda bem que é assim, está nas nossas mãos decidirmos o futuro. Por isso, vote!
(Crónica escrita para Rádio)