No próximo dia 30 de janeiro o povo dos Açores elegerá 5 deputados à Assembleia da República. Considerando o sistema semipresidencial em Portugal, os eleitores elegem os seus representantes ao Parlamento, não elegem diretamente o Governo. E a formação desse Governo é o corolário do suporte parlamentar, sendo certo que compete ao Presidente da República indigitar o Primeiro-Ministro, ouvidos os partidos políticos. A praxe é a de convidar para Primeiro-Ministro o líder do partido mais votado, mas quando não há maioria absoluta entra em ação a democracia parlamentar, que já nos habituou a várias soluções, desde os acordos de incidência parlamentar, a governos de coligação, entre outros. Este caleidoscópio parlamentar é o eventual fruto de uma democracia que, por mais criticada que seja, está a evoluir à semelhança de outros países europeus, onde é hábito o entendimento pré ou pós-eleitoral entre partidos para a formação de um Governo. E eu faço parte de uma geração que acredita no diálogo, na construção de pontes, sendo certo que a única linha que nunca estaria disposto a atravessar seria a das ideias de uma extrema-direita populista.

Traçado este quadro geral, e vivendo na Ilha Terceira, que, pela sua densidade populacional, é fundamental para a eleição de deputados, tenho a convicção de que o nosso representante deve ser o candidato do Partido Socialista - Sérgio Ávila. E porquê? Tive o privilégio de trabalhar em algumas matérias com ele, enquanto exerceu as funções de Vice-Presidente do Governo dos Açores, e a forma incansável com que se debruçava sobre os dossiers assim como sua capacidade de inovação para arranjar uma solução prática para o dia-a-dia das pessoas deixa-me tranquilo em saber que a melhor decisão virá dele. É esta a essência da democracia parlamentar representativa - a de confiar que o nosso candidato decidirá consoante as convicções de quem votou nele. Foram várias as provas que nos deu no passado das suas capacidades, mas é com gosto que relembro, e faço mea culpa se estiver errado: Propôs e conseguiu aprovar legislação que assegurou (e assegura) a reforma antecipada dos trabalhadores da Base das Lajes; Enquanto Presidente de Câmara, erradicou os módulos e barracas que existiam do tempo do sismo de 80, e viabilizou a construção de 453 casas, em 7 anos, para todas as famílias que vivam naquelas condições precárias; Se Angra se voltou para o mar no início do século XXI, foi graças à sua presidência na câmara, onde foi criada a "praínha de Angra", a marina, recuperado o pátio da alfândega, e até as esplanadas, que até então para um setor conservador não eram adequadas; Enquanto esteve no Governo dos Açores, contribuiu ativamente para reposição dos vencimentos cortados pelo Governo do PSD/CDS, enfrentando o Tribunal Constitucional, que lhe veio a dar razão; Assegurou que a Região Autónoma dos Açores fosse a única região do País em que não foi imposto um programa de austeridade pela TROIKA; As criação de medidas de apoio às empresas e às famílias em 2020, durante plena crise pandémica da COVID-19; As mais baixas taxas de desemprego nos Açores, enquanto exerceu funções no Governo dos Açores; A influência que eu presenciei enquanto estava na República para que fosse criada a ligação aérea por uma companhia de Low Cost na Ilha Terceira.

Por último, e porque foi próximo o trabalho que tive com ele, na criação de um Hub Tecnológico na Ilha Terceira - O Tech Island - uma utopia para muitos, mas passados 3 anos estavam instaladas cerca de 20 empresas tecnológicas na Praia da Vitória e criados cerca de 200 postos de trabalho qualificados. Hoje, nota-se bem a incapacidade do atual Governo de gerir um projeto desta dimensão inovadora, onde saem empresas, e não se instalam novas.

Por estarmos em vésperas de eleições legislativas, e porque o nosso candidato pela Ilha Terceira é o Sérgio Ávila, vale a pena relembrar o rigor e a competência com que se debruçou sobre vários assuntos que hoje os Terceirenses dão como adquiridos.

Factos são factos. E se queremos que a Ilha Terceira tenha capacidade de influência política na República, eu não tenho dúvidas de que é com Sérgio Ávila.