Um dos indicadores que acho mais relevantes para avaliar o resultado da atuação das políticas públicas é o Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, publicado pelo Instituto Nacional de Estatística. Acho importante este inquérito já que é dele que se retiram, entre outros, os dados sobre a evolução da pobreza ou até das desigualdades sociais em todas as regiões do País.
Recentemente foram publicados os dados relativos a 2020 e mesmo sendo o ano em que a pandemia teve maior impacto económico e social, os indicadores mostram que, também nesta matéria, e ao contrário do que alguns diziam, os Açores estavam num bom caminho.
Vamos a alguns dados mais concretos: este relatório diz-nos que enquanto a taxa de risco de pobreza aumentou em praticamente todo o País, os Açores foram a região que, para além de a ter conseguido diminuir, foi a que mais diminuiu. Outro indicador é taxa de privação material e social que mostra claramente que os Açores, também neste indicador, foram a Região com melhor evolução do País. Relativamente às desigualdades do rendimento o Instituto Nacional de Estatística chega a escrever o seguinte: “Uma sociedade mais desigual em 2020, exceto na Região Autónoma dos Açores”.
Ou seja, este relatório mostra claramente uma evolução positiva da atuação das políticas públicas levadas a cabo por quem nos governava até 2020.
Mas, caros ouvintes, ao realçar estes indicadores, não quero transmitir a ideia de que acho que tudo esteja feito, muito pelo contrário. Esse é um trabalho continuo e que não deve ser quebrado. Quando realço estes resultados de 2020 é sobretudo para reforçar dois aspetos: um deles é o de valorizar o caminho percorrido até então e o outro é de que estes bons resultados devem servir de alavanca para que melhores resultados possam aparecer.
(Crónica escrita para Rádio)