Nos últimos dias foi do conhecimento público a exoneração do Diretor Regional da Cultura. Uma exoneração que não surpreendeu ninguém já que este é um Diretor Regional que desde o início reuniu pouca simpatia nos agentes culturais dos Açores.

Todos sabemos que há muito está a ser preparada a remodelação do atual Governo. Aliás, já todos percebemos que a maior pressão para que isso aconteça está a ser feita, mais ou menos em surdina, pelos próprios partidos que integram o Governo. A dúvida que ficou no ar é se esta exoneração faz parte da remodelação governativa ou não.

Sobre a exoneração em causa, não sei o que é que é pior, se o fato de ter sido tornada pública a comunicação que a Secretária fez a retirar a confiança política ao Diretor Regional, se a resposta do Diretor Regional ter sido feita através de um jornal diário, ou ainda o fato do próprio Diretor, na resposta que dá, ter colocado em causa a manutenção no Governo da própria pessoa que o exonerou.

Já não conseguem esconder que a relação que alguns membros do Governo têm entre si não é boa havendo mesmo boatos de que há Secretários Regionais que simplesmente não passam cartão aos seus Diretores Regionais. Agora, termos membros de um Governo Regional, que supostamente deveriam trabalhar em conjunto para o bem de todos nós, virem para o meio da praça pública lavar roupa suja, é uma novidade deste Governo.

Governar é uma coisa demasiado séria para que se perca tempo com egos e orgulhos pessoais. Ser governante é um exercício demasiado importante para que se esteja mais preocupado com a sua manutenção do que efetivamente a exercer as funções inerentes ao cargo. Governar, caros ouvintes, é muito mais do que aquilo que se está a passar neste momento no Governo dos Açores.

(Crónica escrita para Rádio)