Opinião

Contraste

Parece haver uma relação direta entre a subida dos decibéis vociferados pelo Secretário Regional das Finanças e os maus resultados alcançados por este governo. De acordo com o INE, a pobreza aumentou na Região e, segundo o Banco de Portugal, a dívida pública dos Açores cresceu mais de 500 milhões de euros nos últimos dois anos. Consequência: o titular das Finanças lança-se numa diatribe desenfreada contra a diabólica República e a pérfida herança socialista. Contando com a condescendência domingueira habitual, o Governo faz, inclusivamente, por esquecer os tiques autoritários com que já brindou a comunicação social. Inspirado no provérbio popular de que “com papas e bolos se enganam os tolos”, Freitas faz as despesas da guerra a Lisboa enquanto o escrutínio conjuga-se alegremente no passado. Entretanto, a economia do País cresce acima da média europeia e a dívida pública nacional sofre mais uma queda histórica. Mas, por cá, mais relevante que os indicadores oficiais, o que importa é fazer fé numas contas insindicáveis que nos atiram sobre alegadas dívidas da República, em nome de uma Autonomia que, na cabeça de alguns, se fortalece de mão estendida. Dá que pensar...