O Governo dos Açores desdobra-se em desculpas para a manifesta incapacidade de operacionalizar os fundos europeus e os culpados são sempre os mesmos: o Governo da República ou o PS Açores.
Nas semanas mais recentes foram sucessivas as tentativas de alegar uma asfixia financeira promovida pelo Governo da República ao mesmo tempo que se sabe, por um lado, que os Açores já receberam 100 milhões de euros do PRR e apenas despenderam 14 milhões e, por outro, que a execução do Programa Operacional Açores 2020 estagnou, correndo a região o risco de perder fundos disponíveis no quadro financeiro que está a terminar.
E quanto ao Programa Açores 2030? Sabe-se que foi aprovado em dezembro, mas de tão transparente não se vê e não se conhece, e pior, ao contrário do que acontece no resto do país, continua sem qualquer sinal de execução.
Esta inércia e incapacidade de operacionalização alia-se à completa indiferença para as dificuldades sentidas pelas empresas e pelas famílias.
Apenas dois exemplos: os custos da energia e as prestações do crédito a habitação.
Relativamente aos custos da energia, apesar duma resolução apresentada pelo PS, e aprovada na Assembleia Regional, que exigia a implementação de medidas com caráter de urgência, até hoje não se conhece qualquer diligência.
No que respeita ao CREDITHAB, apesar das iniciativas legislativas do PS para instituir o apoio e no sentido de rever a taxa de esforço de 50% para 35%, ambas chumbadas pela direita coligada, e do Governo já ter anunciado por várias vezes a correção desta absurda condição de acesso, até hoje nada de concreto se conhece, permanecendo as famílias, estas sim asfixiadas perante a indiferença do Governo dos Açores.
Eu também gosto do verão, e sei que o sol, o mar e as festas de verão, nos inebriam, mas estarão os nossos governantes convencidos que “com papas e bolos se enganam os tolos”?