Opinião

Entropia

Todas as manhãs, quem sai para trabalhar, levar os filhos à escola ou, pura e simplesmente, quer entrar na cidade de Ponta Delgada, depara-se com filas cada vez maiores. Quer seja em São Gonçalo, ou a descer a Fajã de Cima, ou nos acessos pela Rotunda de Belém, ou vindo da zona poente do concelho, ou até mesmo na variante a Ponta Delgada, as filas são como os impostos: previsíveis e inescapáveis. Mas não se pense que tem mais sorte quem escolhe as vias internas da nossa velhinha cidade. Quem, porventura, se aventurar, por volta das 8h30, a percorrer a Rua Margarida de Chaves, passando pelo Museu Carlos Machado, pelo Jardim do Colégio até ao Liceu Antero de Quental, não raras vezes se confronta com a vagarosa – e frequentemente vazia – Lagarta. A simpática locomotiva - que anima os percursos citadinos de turistas e crianças - constitui mais um teste quer ao fluir do trânsito quer à resistência dos condutores mais impacientes, em hora de ponta nas manhãs da nossa urbe. Por sua vez, os lugares de estacionamento gratuito – espécie rara e em via de extinção - existem na proporção inversa da sanha de passar multas na baixa da cidade.