Vi recentemente um vídeo engraçado no Youtube intitulado o “O Galinho da Madeira”, (http://www.youtube.com/watch?v=dKtEsG7LIIs), que recomendo vivamente, com letra de Carlos Enes, música e interpretação do meu amigo Aristides, um grande artista Graciosense com provas dadas no mundo do fado.
Ouvindo atentamente, e note-se que este fado foi composto e divulgado muito antes do conhecimento generalizado do buraco financeiro na Madeira, percebe-se o que por lá se passa, dando mesmo a entender que o seus autores estavam muito bem informados.
Alguém é capaz de pensar que o descontrolo financeiro na Madeira era apenas do conhecimento do letrista e do Aristides?
Eu pessoalmente não acredito e penso que a grande maioria dos portugueses também não. E entendo que o povo deste país até olha para as autonomias com grande desconfiança, agora mais do que nunca, devido ao conhecimento deste comportamento despesista, sempre acompanhado de rasgos de arrogância quanto baste.
As sucessivas notícias dos mil milhões, primeiro, dos dois mil milhões, depois, e dos seis mil milhões, agora, abalaram aqueles que tinham o dever, no meu entendimento, de fazerem um acompanhamento pormenorizado de toda a situação.
Questões de somenos importância deram direito a interrupção de férias e a uma comunicação, em tom dramático, ao país. Valores inferiores mereceram o título de colossal. Enfim, dois pesos e duas medidas difíceis de entender.
Depois de muita reflexão cheguei à conclusão que a culpa do desconhecimento por parte do Presidente da República, dos eleitos da nação, do Tribunal de Contas, do Banco de Portugal, do Instituto Nacional de Estatística, da Troika e de muitos outros, é do Aristides, porque deveria ter divulgado o vídeo “O Galinho da Madeira” muito mais cedo e, com este gesto altruísta, evitava que toda esta gente fosse surpreendida com as referidas más notícias desta forma inacreditável.