As incoerências já começam a ser a imagem de marca da candidata do PSD/Açores. Seja nas propostas que apresenta, que mudam à velocidade da luz conforme a tendência da actualidade diária, seja, também, ao nível partidário.
A última destas incoerências denota que nem mesmo quando se trata da sua liderança, a candidata do PSD/Açores sabe bem o que quer.
Em Março, na apresentação da sua recandidatura, definiu publicamente que o seu objectivo para as eleições regionais era a maioria absoluta e nunca menos do que isso. Na semana passada, já tinha baixado drasticamente a fasquia, quando afirmou que o “PSD está disponível para constituir governo com coligação ou acordos pós-eleitorais”.
Berta Cabral fez, assim, o “downgrading” político mais rápido da história ao reduzir, em meia dúzia de semanas, os objectivos do seu partido de uma maioria absoluta para uma mera coligação para ver se chega ao poder.
Este episódio é factual e surgiu dias depois do Congresso do PSD/Açores. No final do Congresso, em ambiente totalmente encenado, a candidata dizia que o partido estava motivado, mas, no terreno e sem rede, já admitia que, sem a bengala de outros partidos, é incapaz de alcançar os objectivos que diz ter.
Esta é uma enorme falta de confiança política própria de quem dá toda a primazia à forma, sem se preocupar com o conteúdo de um projecto a apresentar aos Açorianos. Mas mostra outro sinal preocupante: esta incoerência mostra claramente que o objectivo da candidata do PSD é chegar ao poder. Não importa como e muito menos com quem. Quem pensa primeiro em lá chegar é porque já deixou de dar prioridade às soluções que os Açorianos necessitam.
Estes jogos políticos são, assim, a última coisa que os Açores precisam neste momento difícil para as famílias e para as empresas.
A candidata do PSD tem as suas prioridades totalmente trocadas. Devia, primeiro, apresentar um projecto governativo credível aos Açorianos e, depois, pensar na estratégia partidária. Como sempre, prefere fazer o contrário! Pelo menos nas incoerências, o PSD/Açores é muito coerente.