Opinião

Governo da República - Aumento do Flagelo Social

Recentemente, foi divulgada a taxa de desemprego em Portugal de 15%, ou seja, aumentou 0,2 %, relativamente ao mês anterior, dados esses disponibilizados pela Eurostat. Assim, Portugal mantém o terceiro lugar do pódio a seguir à Grécia e Espanha, liderando desse modo a lista dos países europeus com a maior taxa de desemprego. Constata-se que a situação em Portugal é deveras preocupante, atendendo que a taxa média que apresentam os 27 estados-membros da U.E. é 10,2%. Se tivermos em consideração a apresentação do Governo da República, em meados do mês de fevereiro, que já perspetivava um aumento significativo do desemprego, na realidade estas previsões tornaram a falhar, dado que previa em alta o seu aumento, mas não previam que fosse ainda maior. Imaginemos a apresentação de previsões para os próximos três e mais meses…, a desgraça certamente vai ser ainda muito maior! Por sua vez, o Banco de Portugal apresentou o boletim económico, onde revê em baixa as previsões apresentadas no passado mês de janeiro, com um decréscimo na economia, antecipando um agravamento no mercado de trabalho. Sendo de realçar que o mesmo documento prevê um aumento acentuado na redução do número de funcionários empregados na função pública. Esta realidade, vivida no seio da sociedade portuguesa, faz com que o atual Governo da maioria da coligação PSD/CDS-PP fique na recente história da nossa jovem democracia, pela obtenção de uma taxa recorde de desemprego até então nunca vista em Portugal. Este facto é derivado da implementação de medidas adicionais ao memorando da Troika, através de políticas recessivas, e daí as graves consequências para as famílias, empresas, bem como a falta de uma estratégia para o crescimento da economia, que infelizmente continua a afundar-se. É, no mínimo, assustador! Os Portugueses enfrentam um Governo da República com uma grande insensibilidade social porque, para este, estarão sempre os números em primeiro lugar! Não podemos esquecer as recentes declarações do Primeiro Ministro, ao mostrar que a sua preocupação não era para com os desempregados, nem com o desemprego em si, mas com o impacto financeiro que isso tinha nas contas públicas. A solução que este Governo da coligação apresenta aos desempregados é somente nada, fazendo jus ao incentivo do líder do PSD, Passos Coelho, a emigrar. Há ainda que lamentar a falta de sentido de Estado, provocada por uma descoordenação, desorientação e falta de verdade para com os Portugueses por parte do Governo da República. Alguns meses atrás, em que o mesmo afirmava que, o corte nos subsídios de férias e Natal dos funcionários públicos e pensionistas estaria em vigor somente durante dois anos, agora afirma que sempre disseram que seria de três anos. E falam a verdade! Ora vejamos, se assim é, então porque é que, no Orçamento do Estado consagra esta medida para dois anos!? Então, porque não houve até hoje qualquer tipo de contestação por parte dos Srs. Responsáveis pela Governação deste país ao acórdão do Tribunal Constitucional? Será que os açorianos pretendem ter à frente dos destinos da nossa Região, responsáveis políticos cúmplices do atual Governo da República? Sinceramente acredito que não. Seria a duplicação de todos os males...