O Congresso do PSD-Açores realizado no passado fim de semana confirmou a sal vocação litúrgica e o seu esperado desinteresse. Os únicos apontamentos políticos de registo foram os discursos de encerramento de Duarte Freitas e de Passos Coelho.
O Primeiro-ministro veio à Ribeira Grande dizer que é contra o Plano de Revitalização Económica da Ilha Terceira, tendo aproveitado ainda para repetir duas patranhas: o “conseguimos” e o “pior já passou” - duas mentiras que oportunamente serão esclarecidas neste coluna.
O presidente do PSD-Açores fez um discurso diferente. Elencou várias preocupações e apresentou soluções fantasiosas. A fórmula demagógica é sempre a mesa. A substancia dissolve-se na forma. Fala-se no problema, salienta-se o sofrimento que causa e promete-se uma solução miraculosa envolta em tom dramático.
Vejamos um exemplo. Ocultando deliberadamente a recente explicação exaustiva do Ministro da Saúde sobre os constrangimentos que impedem a resolução do problema das listas de espera para cirurgias, Duarte Freitas prometeu que “resolverei este problema quando for presidente do Governo”. Como? É uma questão de detalhe.
Porém, o detalhe é que o principal constrangimento à eliminação de Listas de Espera é a falta de médicos anestesistas. Na Região já se estende o horário destes especialistas. Já se gere as listas de espera de forma integrada a nível regional. Já se estendeu o período de funcionamento dos blocos operatórios e já se reforçou ao limite as equipas cirúrgicas. Ou seja, já se espremeu o Sistema. O que falta são recursos humanos que simplesmente ainda não estão formados em quantidade. Não se refere que no caso particular das cirurgias urgentes ou oncológicas não há lista de espera na Região. Ao contrário do que se tenta insinuar, os casos em atraso são cirurgias planeadas que não se revestem de risco de vida para os utentes.
A mensagem política do Presidente do PSD-A contínua demagógica e inconsistente. O que remete o enfoque para o verdadeiro problema: o mensageiro.