A Base das Lajes tem sido um tema noticioso quase permanente há mais de dois anos, devido à anunciada intenção dos Estados Unidos de diminuir a sua presença militar na Ilha Terceira.
Este problema com grande impacto ao nível social, económico e político na Ilha Terceira e nos Açores tem merecido da parte das autoridades regionais toda a atenção e empenho. São inúmeras as diligências do Governo Regional, em particular do Presidente do Governo, desenvolvidas em defesa da Base das Lajes.
Hoje é absolutamente justo referir que se não fossem as iniciativas do Presidente Vasco Cordeiro já se teriam verificado centenas de despedimentos de trabalhadores civis portugueses na Base.
Todavia, subsiste um problema muito crítico na Base das Lajes que nada tem a ver com a presença americana.
Os meios operacionais da Força Aérea Portuguesa (FAP) nas Lajes são essenciais para o Estado português poder cumprir as suas responsabilidades soberanas num vasto espaço aéreo e marítimo. Das várias missões que cabem à FAP, a busca e salvamento na vasta Zona Aérea dos Açores e as evacuações médicas de emergência são duas das mais importantes.
Dos dois helicópteros que a FAP dispõe nas Lajes apenas existe uma tripulação disponível, quando o ideal era ter no mínimo três. Esta situação arrastasse há quase dois anos. A FAP opera a sua frota de Merlins nas Lajes a 50% e está incapacitada de fazer uma busca e salvamento e uma evacuação médica em simultâneo.
Há um ano não se efetuou uma evacuação de São Jorge por indisponibilidade de tripulação num dos dois helis da FAP. A polémica levou o Ministério da Defesa a garantir que “a breve trecho” resolveria a situação e que reporia uma das tripulações em falta. Passado um ano está tudo na mesma.
Amanhã o Sr. Ministro da Defesa e a sua Secretária de Estado Berta Cabral visitam São Miguel para uma inauguração. Era bom que na bagagem trouxessem o anúncio que se exige mas tarda em chegar. De justificações todos nós estamos fartos. Um compromisso falhado numa área tão crítica para o bem-estar dos açorianos não pode deixar de merecer a indignação de todos.