Os números do turismo agora conhecidos revelam que os Açores cresceram 26,6% em dormidas relativamente ao mês de maio de 2014, um pouco menos (23,8%) se for considerado o período acumulado de janeiro a maio, muito embora a estada média tenha baixado.
Outro dado curioso prende-se com o facto de se ter registado a consolidação do mercado português, com um crescimento de 32,8% face ao mesmo período do ano anterior, enquanto o mercado estrangeiro revelou um crescimento de apenas 15,8%, fazendo com que neste momento, em termos de dormidas, o mercado nacional tenha uma ligeira vantagem relativamente ao estrangeiro, representando um peso de 50,5% e 49,5%, respetivamente.
Algarve, Lisboa e Madeira continuam a ser os locais mais procurados no nosso país, mas os Açores registaram, no mês de maio, o maior aumento da procura, fruto, segundo o Instituto Nacional de Estatística, da implementação do novo modelo de transporte aéreo.
É conhecido que esse crescimento não tem sido equilibrado. Notou-se uma variação homóloga acumulada expressiva no Pico, no Faial e em S. Miguel, por esta mesma ordem, enquanto variações negativas foram registadas na Graciosa e Flores, com -16,5% e -4,2%, respetivamente.
Não escamoteamos que estes números para a Graciosa são problemáticos e que há a necessidade de inverter esta tendência. O próprio Presidente do Governo, também preocupado, já afirmou que é importante olhar para este desequilíbrio com maior cuidado.
Curiosamente o número de passageiros aéreos desembarcados na Graciosa cresceu, nos primeiros cinco meses deste ano comparados com igual período de 2014, cerca de 6,3%.
É preciso ver que foi feito um longo caminho. Na Graciosa as dormidas cresceram, desde 1996, 81,4%, os hóspedes aumentaram mais de 50%, o número de camas subiu cerca de 40%, enquanto os proveitos totais triplicaram.
A Graciosa tem também o problema de ter crescido muito e depressa. Em 2010 as dormidas subiram 60,2% relativamente ao ano anterior, consolidando essa posição nos dois anos seguintes, representando um crescimento notável que quase ninguém comentou nessa altura.
Acredito que todas as pessoas que, nos últimos dias, se têm debruçado sobre estas matérias fazem-no pela preocupação que sentem ao ver esta tendência negativa que vem desde o mês de março.
Existem várias explicações para esta constatação, umas mais credíveis do que outras. Uns falam na quebra nos grupos do INATEL ou apontam os transportes como principais culpados. Outros, sempre os mesmos, não perdem tempo e culpam o Governo, porque é só isso que sabem fazer.
Nesta roda-viva de explicações nunca ouvi ninguém curioso em saber o que nós, Graciosenses, poderíamos fazer para melhorar estes dados estatísticos utilizando os apoios que existem à nossa disposição e que são aproveitados noutras comunidades precisamente para qualificar a oferta.