Berta Cabral, Secretária de Estado da Defesa do Governo da República, e candidata pelo PSD às próximas eleições legislativas nacionais pelo círculo dos Açores, tem proferido declarações nas suas ações de pré-campanha verdadeiramente espantosas.
A candidata do PSD parece apostada em inventar uma narrativa de realizações e feitos que simplesmente não correspondem à verdade dos factos e que só acentuam o seu desespero e a sua falta de influência nacional.
O último episódio desta novela de ficção realizou-se anteontem numa visita na ilha Terceira. A iniciativa serviu de pretexto para Berta Cabral afirmar que “o esforço feito pelo Governo da República para minimizar e mitigar os impactos imediatos e negativos da redução do efetivo norte americano na economia da ilha Terceira” mereceram “um empenho pessoal do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho”.
A verdade é bem diferente. O que realmente aconteceu foi que, quer Passos Coelho, quer Berta Cabral, despertaram para o problema da Base das Lajes muito tarde e a reboque dos acontecimentos. Quer um, quer outro, levaram quase três anos para compreender as implicações que a situação da Base das Lajes implicaria para a Terceira e para os Açores. Só mesmo o aproximar das eleições é que os levou a enfrentar um problema eleitoralmente incontornável.
A verdade é que Passos Coelho ainda em outubro do ano passado visitou a ilha Terceira e nada disse sobre a Base. Na única declaração que proferiu sobre as Lajes, feita à margem de uma iniciativa na ilha do Pico, o Primeiro-Ministro embrulhou-se num suposto quadro de benefícios fiscais que nunca se concretizaram. Só muito depois do Governo Regional apresentar um Plano de Revitalização da Economia da Terceira é que Passos Coelho resolveu, a muito custo, nomear um grupo de trabalho para estudar possíveis soluções para a Base das Lajes.
O que mais uma vez se prova é que Berta Cabral ou nunca se preocupou em resolver vários assuntos importantes para os Açores, ou tentou mas não teve qualquer influência junto de Passos Coelho. O PSD está a iludir os açorianos.