Depois de mais de 50 dias passados sobre as últimas eleições nacionais, Cavaco empossou o governo que o Parlamento está disposto a viabilizar.
Fê-lo contrariado… e ressabiado.
Depois de mais de um ano a pregar a necessidade de um governo com apoio maioritário, empossou um condenado à partida, sem lhe exigir condições. Sendo assim, e naturalmente, o único responsável pelo impasse político criado. Não teve pressa, foi deambular pela Madeira e só faltou exigir a Costa que este garantisse que nenhum dos novos governantes morreria sem prévia autorização de Belém!
Na tomada de posse do novo Governo, poderia, ao menos, ter virado a página. Mas insistiu pelo caminho enviesado da ameaça velada e deixou subentendido que só não convocava eleições passados dois meses porque não podia.
Fez lembrar um nosso cantador popular, que há muito constatou que “a galinha que tenta fugir sem ser galada, tem sempre uma postura mais desconsolada”…
Resta ao novo Governo, de acordo com os contratos eleitorais e parlamentares firmados, devolver a esperança e arredar a sanha austeritária que quase destruiu a classe média, aprofundou o empobrecimento e as desigualdades e aumentou enormemente a dívida pública.