Nos últimos dois debates nas Assembleias de cá e lá fora, os líderes do maior partido da oposição mais do que agastados estiveram, em regra, emburrados. A Região e o País voltam a ser governados por socialistas. Já se nota que a vontade de “agoirar” é diretamente proporcional à incapacidade de compreenderem o papel das ditas oposições responsáveis. Quem se distancia das pessoas dificilmente fala a sua linguagem. É a velha questão política “visibilidade/invisibilidade” consentida ou imposta por pares e/ou adversários…Nos últimos quatro anos na república, tivemos um governo frio, calculista e, visivelmente, desprovido de sensibilidade social. Nos Açores o PSD tem sido pressuroso a procurar as “cavas das ondas”, e, por isso, vive em “depressão política permanente”, esquecendo-se de contribuir para os sucessos das governações socialistas regionais, ou seja, para o bem-estar das pessoas. Esta obstinação é confundida com determinação, firmeza e outros qualificativos que as direitas neoliberais, ou, sem pensamento, assumem para justificar posturas de maledicência/“bota-abaixo”. Com tais atitudes emburradas revelam pouca habilidade no seio da democracia. Aliás, em 2011, o PS saiu do governo da República por um ato previsto constitucionalmente e mesmo contrariado não permaneceu emburrado. Como ainda esta semana disse Mota Amaral, a zanga do PSD nacional dura há tempo demais, pensando que o PS se esqueceria, rapidamente, da sua má governação.
A atenção dos governos socialistas para com as Regiões Autónomas terá, de novo, um ciclo positivo. Com esta previsão, já plasmada nos programas eleitoral e de governo do PS, em breve, veremos o PSD/Açores a procurar exigir para ontem aquilo que nem sequer incluíram no seu programa eleitoral, em nenhum discurso de Passos e muito menos na sua governação. A este propósito, recordem-se as dezenas de medidas positivas que foram concretizadas nos Açores por ex-governos socialistas da república. Se podemos dizer que estes créditos dos governos socialistas são um capital de confiança, bem sabemos que o PSD, desde a governação de Mota Amaral e Cavaco, só acumulou passivos para com a Autonomia dos Açores. É bem verdade que a vigilância para com a República nunca pode ser insuficiente. Porém, no deve e haver para com a autonomia açoriana, os governos do PSD na república sempre se apresentaram muito mais emburrados.