Opinião

Congresso PS

A visão política litúrgica dos congressos partidários começa a transfigurar-se em momentos de reflexão e debate em sessões temáticas paralelas. Foi assim neste Congresso do PS com as sessões “Educação para Todos numa Sociedade de Incertezas”, Por uma política cultural para o século XXI”, “Economia: Crescimento com salários condignos”, “Quatro défices da sociedade portuguesa: a resposta socialista”, “Governo de esquerdas: a importância das alianças sociais e políticas – o caso Português no contexto europeu” e “Socialismo Democrático: Que Futuro?”. Os temas, per si, já revelam a intenção de aproximação das respostas socialistas, inspiradas no debate com especialistas, aos problemas e prioridades da sociedade portuguesa. Esta alta significação política aumenta quando comparada com as velhas seduções dos partidos de direita que enveredaram por perigosas ilusões, esgotadas pelas más consequências neoliberais nacionais e europeias. A Europa, ainda surda e muda em muitos aspetos com os países com maiores dificuldades, precisa compreender que as boas decisões não representam a decomposição de cada país. E mesmo quando cultiva ambientes subtis e esterilizadores com conspirações assíduas, esbarra na perda da noção de realidade porque o mundo não pára e revela a caducidade de um modo de ver as coisas que eles próprios já não compreendem. Este diretório europeu incentiva radicalismos ao esquecer os nobres ideais de progresso social e da justiça. Entre nós, a sua maior ambição não se traduz na ultrapassagem dos problemas com que se confrontam as pessoas. Antes prefeririam que as políticas socialistas dessem razão à tese do contínuo empobrecimento e da meritocracia a qualquer custo, ou melhor, ao preço da total insensibilidade social. Em suma, à ignávia da oposição, os socialistas privilegiam a lealdade à consciência social. O PS prefere escoltar o combate ao desemprego, à pobreza, o direito a melhor educação, à saúde e a uma economia ao serviço das pessoas, do que acriticamente, e, sem negociação sensata, genufletir perante a vileza ou a total perda de dignidade dos portugueses. Com “senadores a comportarem-se e a serem tratados como tal”, este congresso também refundou sem adulterar a matriz do socialismo democrático... Mais: Solução apoiada pelo Governo PS/Açores para a Calheta de Pêro de Teive. Menos: O faz de conta permanente da maior autarquia...