Contra todas as expectativas dos analistas económicos de direita e dos responsáveis políticos do PSD e do CDS/PP, a situação económica do país não se deteriorou com a Governação do Partido Socialista, antes pelo contrário, os sinais positivos estão à vista, sendo mesmo surpreendentes: o turismo bate recordes de receitas e dormidas no país, com os Açores à cabeça; o desemprego, apesar de ainda alto, decresce, mês após mês, sustentadamente; a atividade económica, as exportações e o clima de confiança retomaram a tendência de subida; o nível de pobreza baixou e o rendimento das famílias melhorou; o défice das contas públicas, não só ficou abaixo dos “míticos” 3% - estimando-se em 2,1% do PIB - como será o mais baixo de sempre da democracia portuguesa.
Nada mau para um governo de centro-esquerda, apoiado por partidos “ditos” de extrema-esquerda…
Totalmente imperdoável e impossível de conceber para a direita portuguesa, pois “afinal não havia alternativa” [There is no alternative (TINA)] ao rumo ditado por Schäuble e por Passos Coelho.
Mesmo assim as críticas subsistiram e resistiram… como aquele mau pai que está sempre a lembrar ao filho esforçado que ele vai falhar no exame, apesar de ele só lhe trazer notas positivas.
Preferiram continuar o estilo e atacar, maltratar e enxovalhar diretamente o principal responsável pela boa gestão das finanças públicas portuguesas, por questões laterais, não provadas e que podem prejudicar em muito o maior banco português.
Ponta Delgada sem rumo
Em Ponta Delgada, à falta de ambição e de rumo estratégico para o concelho, associou-se, na última semana, a perceção generalizada de que a gestão interna da câmara municipal é casuística e em alguns casos politicamente incompetente.
Soubemos recentemente, que o município de Ponta Delgada, sempre tão preocupado com a estratégia para o turismo dos Açores esqueceu-se de dar parecer e contributos ao Plano Estratégico e de Marketing do Turismo dos Açores.
Ficamos agora a saber, que a propósito da demolição do palacete Caetano de Andrade - imóvel com um valor histórico e patrimonial inquestionável - o executivo camarário liderado por José Boleeiro autorizou a referida obra contra um parecer interno “do chefe de divisão da Gestão Urbanística, onde é referido “que não deverá aprovar-se o projeto de arquitetura tal como apresentado”.
Contrariado pela descoberta, o presidente da edilidade, em vez de esclarecer, reagiu mal, vitimizou-se, acusando a oposição de perseguição política e de ser contra a obra de recuperação de um imóvel degradado.
Caro José Manuel Boleeiro, os debates não devem ser simplificados ou resumidos a “branco ou preto”. A alternativa à destruição do Palacete Caetano de Andrade, não é não permitir fazer a obra, mas sim permitir que a obra se faça de uma forma diferente, respeitando o seu valor histórico, patrimonial e sobretudo respeitando a cidade. É exatamente disso que nos queixamos da Câmara, de falta de ambição para fazer diferente utilizando os mecanismos e ferramentas que dispõe.
Ribeira Grande sem transparência na gestão
Não deixa de ser curioso que o Presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande ande tão preocupado com a alegada falta de transparência da construção de uma incineradora em São Miguel (após ter votado a favor da construção da mesma) e não cuide da transparência da sua própria gestão.
Segundo o Índice de Transparência Municipal (ITM) que mede o grau de transparência das Câmaras Municipais, o ranking da edilidade, durante o mandato de Alexandre Gaudêncio, nos últimos 4 anos, tem uma enorme queda, passando do honroso lugar 56 da tabela, em 2013, para o lugar 104, em 2016, quase o dobro.
Estranho, que sobre estes dados, nenhuma referência tenha sido feita pela comunicação social açoriana.