Temos turistas. E, agora? É uma pergunta que tem reações diferentes dos empresários e dos residentes. Ambos desejavam o turismo incrementado, mas as consequências não são aceites de igual forma. O empresário acede com gosto ao influxo em massa de turistas. O residente, que desejando o turismo, não lida pacificamente com as consequências.
Perante estas realidades há situações que urgem alterar, passados dois anos do novo modelo aéreo para os Açores. Por essa consciência no passado dia 18 os deputados do PS interpelaram o Governo sobre a temática do turismo, tendo como ponto de partida a visita em todas as ilhas de mais de 75 empresas e instituições.
O tom para o debate, por parte do PS, estava orientado. Não se ficaria por um debate de retórica política, mas sim de um quadro da realidade do mercado turístico sentida e ouvida.
E foi o que se ouviu nas primeiras duas semanas de outubro que foi a voz no Parlamento. Do Corvo a Santa Maria.
Sim ao turismo, mas há que manter a preservação do território - para que não tenhamos uma população antiturismo, como é o caso vivido em Barcelona- : Carga e acesso nos espaços públicos de contemplação da natureza; Acessibilidades nos centros históricos; Horários do comércio; Manutenção dos trilhos pedestres; Qualidade da formação profissional; Disponibilidade para o emprego na área do turismo em regime de turnos; qualidade do serviço na área da restauração, hotelaria e serviços temáticos; Termalismo; rendimento compatível com a formação; necessidade de um maior número de camas...
Foi um debate de procura de soluções. Do debate retém-se que o PS está próximo das pessoas, ouvindo-as no seu local de ação e fazendo ouvir a sua voz no espaço de debate e decisão. É certo que o Governo já implementou medidas e está decidido a continuar outras medidas para melhorar o ambiente de equilibro e face à nossa posição – turismo de natureza – , a criação de Parques Naturais é um património estratégico do Governo Socialista em 2008.
Nesta senda estratégica o contributo político do Grupo Parlamentar do PS a estas matérias vincula-se pelo equilíbrio entre a sustentabilidade ambiental e a rentabilidade económica.
Nenhum partido é dono da razão. E nestas alturas pergunta-se pela oposição. Ao temos turistas. E, agora? Junta-se, por onde anda a oposição política nos Açores? Nessa interpelação a oposição limitou-se a puxar os Açores para baixo, isentando-se de intervenções com propositura.
A política quando exercida na lógica da procura do pior, é um símbolo de um problema maior e mais amplo na política, é uma incapacidade de ser oposição, logo de ser posição. Na democracia é indispensável uma oposição crítica e com propositura.