Termina uma semana rica em acontecimentos, em que se destaca, a apresentação da moção de censura do CDS-PP e a vinda do Presidente da República aos Açores. PRESIDENTE DA REPÚBLICA NOS AÇORES - o Presidente Marcelo regressou aos Açores e com ele a proximidade e o carinho que já nos habitou, mas também a acutilância e o acompanhamento profundo dos dossiers. Aliás, esta forma "presidencial" de olhar para os Açores e para as questões que mais nos desafiam, reforça algo que tenho vindo a afirmar ao longo dos últimos 2 anos, há uma mudança, não só a nível nacional, mas acima de tudo, na relação da República com os Açores. Esta mudança é visível no Governo da República, como também na Presidência da República. Uma mudança que envolve um novo olhar sobre o país e sobre as regiões autónomas. Apesar de não ser ainda um olhar perfeito sobre a Autonomia e de em algumas matérias ser necessária uma outra compreensão do papel que as regiões autónomas podem ter, como no caso do mar, a realidade é que os Açores têm sentido este novo olhar, este foco no nosso potencial, como são os casos de novos projetos que potenciam a nossa posição geoestratégica, mas também este foco nos nossos desafios, como sejam a descontaminação de solos na ilha Terceira. E em relação a este dossier da contaminação dos solos decorrente da presença norte-americana, há algo que o Presidente da República afirmou que não pode passar despercebido, a diplomacia pelo facto de não ter visibilidade pública "não quer dizer que não exista". Marcelo Rebelo de Sousa reforçou que a diplomacia está a funcionar "a todos os níveis" no caso da descontaminação dos solos, classificando-a como um "esforço contínuo e discreto". Esta afirmação é de facto muito interessante e reforça a minha confiança de que estamos no caminho certo, evidencia de forma clara um trabalho afincado e determinante que tem sido desenvolvido pelo Governo da República em defesa dos Açores, na busca de soluções para a Base das Lajes, mas, acima de tudo no que diz respeito à descontaminação da ilha Terceira. Tenho acompanhado muito de perto este dossier e sou também testemunha disso mesmo. Este é um dos dossiers mais complexos e mais importantes que temos em mãos e que não se resolve com alíneas no Orçamento do Estado. Aguardamos pois com expectativa a reunião da Comissão Bilateral Permanente Portugal - Estados Unidos da América que se aproxima a passos largos, como salientou o Presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, esperamos desenvolvimentos sobre este problema. MOÇÃO DE CENSURA - esta última terça-feira foi discutida e votada a moção de censura apresentada pelo CDS-PP. Ainda antes de ser apresentada a moção, já se sabia que seria rejeitada, e talvez também por isso, acentuavam-se as críticas ao "timing" da sua apresentação, num momento de dor e consternação pelas perdas que os incêndios infligiram, mas acima de tudo por nada de positivo podermos retirar desta iniciativa. Como foi salientado durante o debate este tem de ser o tempo de nos mobilizarmos por um bem maior, reconstruir e reerguer o país e concentrarmo-nos em dar resposta às necessidades das pessoas. Tem sido com base nesta permissa que o Governo tem atuado, e já com um novo Ministro da Administração Interna, o Conselho de Ministros extraordinário do passado sábado aprovou um conjunto de medidas propostas no relatório da Comissão Técnica Independente e um conjunto de medidas de apoio às populações e às empresas. Além disso, a própria proposta de Orçamento do Estado já previa verbas para as medidas a tomar na área do combate aos incêndios, mas foi também assegurado que o Governo terá a "flexibilidade necessária" para introduzir alterações no Orçamento do Estado de 2018 de modo a garantir um reforço das ações contra incêndios. Do debate ficou também claro o compromisso do Primeiro Ministro António Costa "vamos ser capazes de ultrapassar este desafio, como ao longo dos últimos dois anos, fomos capazes de vencer todos os impossíveis que muitos nos disseram não era possível com uma mudança de política".