Opinião

A urgência e a comunicação silenciada

O último plenário de 2017, foi marcado pela urgência do BE/Açores e uma comunicação do governo. Urgência 1 – Sistema Científico e Tecnológico dos Açores – esteve bem o BE/Açores em agendar um debate sobre a ciência nos Açores. O que diz o BE/Açores que fundamenta a sua urgência ? Remete para princípios orientadores do governo dos Açores neste domínio. A conclusão é óbvia, o BE/Açores não tem política de ciência –dúvidas? Consulte-se o programa eleitoral de 2016. Urgência 2 – Queria o BE/Açores discutir a política de ciência nos Açores? Não. E o debate comprova-o. O objetivo era que o governo se imiscui-se na gestão do IMAR e da Universidade dos Açores – curiosamente, ou não, sendo esta apenas mais uma das sócias do IMAR, nos ofícios do IMAR referencia-se como Centro do IMAR da Universidade dos Açores ou até como IMAR – DOP/UAç. A designação teve um propósito enquanto foi útil e os fundos públicos regionais investidos, aparentemente, também. Urgência 3 – O PSD/A e a urgência do BE/A – o PSD/A que alicerçou a sua intervenção em menos governo, mais sociedade. Neste debate, e que jeito dá, quer mais governo e sociedade a menos. A incoerência , também, na ciência. Urgência 4 - Porque falhou a urgência do BE/Açores? Pelo óbvio. O Governo dos Açores , suportado pelo PS/A, criou um sistema científico tecnológicos dos Açores estruturado em : 1) Infraestruturas; 2) Capacitação Conhecimento Científico e 3) Internacionalização e Transferência do Conhecimento. Não obstante o que há ainda a fazer, desde logo na componente do emprego científico, há nos Açores política de ciência. Urgência 5 – O governo no antes e após o debate - não cabe ao governo imiscuir-se na autonomia das instituições. Mas cabe ao governo garantir que sendo o mar um desígnio de desenvolvimento açoriano, e até nacional, tenhamos uma entidade que assegure a investigação e desenvolvimento na área numa ligação forte e comprometedora com e na comunidade científica dos Açores. O Observatório do Atlântico anunciado há dias é uma boa notícia. Perante um governo que é acusado de esconder informação ao parlamento a comunicação deveria ser esperada com expectativa política. Silêncio 1 – O governo e a sua comunicação – pretendia o governo fazer uma comunicação ao parlamento. Regimentalmente só o poderia fazer na manhã de quinta-feira, após a apresentação dos votos apresentados pelos partidos. Silêncio 2 – A comunicação silenciada – o PS/A, BE/A e o PCP, estavam interessados na comunicação do governo. O PS/A não apresentou nenhum voto de congratulação. PSD/A garantiu que o Governo não falasse – esgotou o seu tempo em votos de congratulação. O que dizer de um partido que acusa o governo de esconder informação e utiliza todos os instrumentos regimentais para silenciar o Governo? Finda-se um ano de agendas parlamentares com alguma oposição a se afirmar pelo sim e pelo seu contrário ao mesmo tempo. O governo não tem estratégia, mas a oposição foca-se em casos – obviamente que quem não tem estratégia, não compreende o que existe . A oposição que silencia o governo e, ao mesmo tempo, acusa-o de esconder informação ao parlamento. Desejo às Açorianas e Açorianos um Feliz Natal!