Na vida existem sentidos para as coisas e coisas que fazem sentido.
Os “cruzamentos, os caminhos e as voltas” que a vida tem coexistem nesta via sem retorno, rápida por vezes, aparentemente lenta noutras, mas inexoravelmente em sentido único que nos conduz por territórios de sensações e emoções únicas, não reprodutíveis.
A tendência para repetir as glórias e os erros obedecem a este sentido da vida que é
único e que nos impede inverter a sua marcha.
Faz isso de novo! Dizemos, como se a experiência humana na plenitude do sensório fosse reproduzível. Fazemos vezes sem conta uma coisa, mas não fazemos nunca do mesmo modo, a mesma coisa.
Estes sentidos únicos, formas únicas de vivermos o presente, levam-nos à sensação estranha de que já tendo vivenciado um momento, nenhum outro é igual.
Não devemos por isso regressar ao sítio onde fomos felizes com a intenção de aí termos a mesma felicidade, mas chegar lá de novo, como se em sentido único procurássemos outra forma de felicidade.
Na vida os reencontros acontecem nos momentos onde também em sentidos únicos nos encontramos, numa tangente de sensações também elas únicas.
Cruzarmo-nos, não é o mesmo que encontrarmo-nos; porque existem prioridades; as nossas e as dos outros. É por isso que caminhar lado a lado só acontece quando nos tocamos no mesmo sentido.
No Natal, nesta época especial pela via da magia do ambiente de partilhas, de reencontros, de afetos e saudades, confrontamo-nos mais vezes com o outro, tocamo-nos mais no mesmo sentido da necessidade da solidariedade.
Talvez por isso; deste imperativo de alargar esta necessidade de partilha, mesmo dos afetos, se deseje que o Natal seja quando um homem quiser.
É este o Natal que vos desejo; necessariamente feliz.