Opinião

Não vivemos numa Região rosa, mas vivemos muito longe do caos

Vivemos, consideravelmente, melhor do que há 10 ou 20 anos. Não vivemos numa Região rosa. Não vivemos numa Região onde tudo está bem - existe algum território no mundo onde tal aconteça? Mas também não estamos numa Região onde o caos esteja instalado – em cada rua dos Açores há dinâmicas privadas e públicas que esbarram nessa imagem de pretenso caos. A oposição tem-se esforçado, com muito afinco, para alimentar a opinião pública com a ideia de que vivemos num caos e, curiosamente, alguns políticos do século passado querem, pelo poder dos media, comparar financeira, económica e socialmente 2019 com 1996 - como para de mansinho suscitar uma perceção pública, que clama por novos políticos, para substituir uma governação suportada pelo PS que consideram não existir e esgrimam a lástima de uma oposição perdida. A forte simulação do caos tem um triplo objetivo: apagar o que existe, ou seja, uma governação preocupada com o bem-estar dos Açorianos e inconformada; apagar o caos político que envergonha os Açores e nos coloca como a primeira Região do país, a “campeã”, ao ter um líder de um partido da oposição na condição de arguido por “suspeita de violação de regras de contratação pública, de urbanismo e ordenamento do território”, que se recusa a sair da liderança partidária, mesmo após ter, em caso semelhante, profetizado o contrário do que agora faz, manchando todos os políticos, porque a opinião pública não perdoa: “são todos iguais”. Não, não são - e há políticos que desmentem esse estereotipo, mas não são considerados novos políticos porque não alinham em velhas políticas; e, ainda, de mansinho, também, apagar a decisão daquele que em tempos foi “amigo” de Passos Coelho e agora é vice-presidente do PSD nacional, após o enxovalhar de Rui Rio para com os Açores nas Europeias - o caso típico de alguém que quer dar-se bem com todos e passando entre os “pingos da chuva”, desconsidera o seu líder regional e estava pronto para abandonar o concelho de Ponta Delgada. Um PSD/Açores confuso onde cada um procura garantir o seu bem-estar, o seu lugar - aqui sim, o caos está instalado e muitos estão empenhados em apagá-los da opinião pública. É certo que não vivemos numa Região rosa, mas vivemos numa Região onde os Açorianos têm hoje melhores condições de vida, mas com constantes desafios da saúde à educação, perante o despovoamento e as acessibilidades aéreas , onde o atual modelo aéreo encaminha turistas para todas as ilhas, que potenciam a iniciativa privada em cada uma das nossas nove parcelas, com um aumento de 90% de passageiros desembarcados nos Açores entre 2012 e 2018 (passamos de 853.536 para 1.618.926) . Por esses desafios, que os há e aos quais se exigem constantes inovações e diferenciações nas políticas públicas, mas nunca confundir desafios com o caos vivamente anunciado tantas vezes na expectativa de se tornar uma verdade.