No passado dia de Finados, o cidadão Bolieiro requisitou espaço na sede da ALRAA para anunciar formalmente um acordo, com o CDS e o PPM, com vista a formar Governo – chamando assim a si esse “encargo”, numa interpretação pessoal do Estatuto.
É claro que a vontade dos 26, para além de pretender incutir a mensagem de que são mais do que os assentos do partido mais votado, apresentava fragilidades e escancarava uma vontade. É que os três em falta teriam que aparecer, pelo que ou já estavam “apalavrados”, e aceitavam implicitamente a secundarização de contribuírem da “dispensa”, ou Bolieiro assumia o risco de estar apenas a criar uma “ondinha”, na esperança que a mesma inchasse… Com o custo, já se sabe, do confessado anúncio de que qualquer um poderia ser “menino de rio”, da extrema-direita ao PAN.
Mas ninguém pode estar ao mesmo tempo com todos, e que em nenhum tempo se pode estar com alguns – é boa máxima que custa a aprender. Rapidamente se percebeu que o programa era de encher, mas há inchaços que desincham e passam… O PAN veio declarar que não está disponível para tudo, e deu o fora, pelo menos com chega dentro. Este, para além de demissões, imposições do líder nacional e dissonâncias locais, parece estar mais interessado na sua agenda política, e em ser recebido no seio da direita dita decente e em abrir brechas no nosso adquirido civilizacional. Quer dizer: em fazer dos Açores moeda de troca em espécie de colónia para a obtenção desses intentos!
Mas sejamos justos: Ventura só enganou quem se quis iludir em troca de um resultado, pois cedo declarou o interlocutor e as condições. Pelo que não vale agora, a esses, invocar hipocritamente a Autonomia e chorar sobre as ossadas de Ciprião de Figueiredo!
Sendo demasiadas pandemias para tanta incerteza, veremos onde levam os trabalhos de Bolieiro. A seguir será sempre outro tempo…