Vou-te contar um segredinho. Aqui que ninguém nos ouve e porque estou seguro de que não és lá pessoa para pôr a boca no trombone: o Governo da Região, os três partidos que o suportam mais os três que depois suportam o suporte, essa salganhada toda, são mesmo uma saca de sarapelheira cheia de gatos de todos os tamanhos, gostos e feitios. Ele é unhas espetadas, ele é guinchos ameaçadores, ele é corridas circulares dentro da saca que só encontram ordem de paragem quando o destacado e natural líder de bancada dos primeiros três - os que suportam o Governo - se larga aos gritos e a gesticular de tal maneira que ninguém ali mais se atreve nem a miar mais uma pesquinha. Nem um miudinho miuzinho... nadinha! Muito pelo contrário. Lá nada! Tantas e tantas vezes que, muitos dos já esmorecidos do debate, ganham até novo fôlego (dos sete que lhes são reservados por ordem divina) percebendo que aquela astúcia depurada de anos consegue deambular tanto em seu beco sem saída que acaba mesmo por encontrar a insuspeitada brecha no muro, para se esgueirar, onde ninguém mais, sequer, sonharia. Pois... só que... e os outros três!? Ah, contem com isso! Os tais três que têm então por função conjuntural suportar os que suportam!? Ah, pois é!... E é então que recomeça o regabofe: entra o colega de carteira a gesticular não só com as mãozinhas, não só com os bracinhos, não só com o tronquinho, pescocinho (e eventualmente sabe-se lá mais com o quê) mas também, e intensamente, com as suas perninhas que só culminam verdadeiramente na pontinha muito bem esticadinha dos seus pezinhos...! Podem não acreditar, mas a verdade é que, para o efeito, tenho mesmo uma perspetiva muito privilegiada do acontecimento. Costuma-se mesmo dizer que só visto, já que contado ninguém acredita. E não é que, nessa hora, até ganhou! Tudo pasmou a ver onde é que afinal aquela agitação toda ia acabar! Tudo paradinho, quieto, silencioso dentro da saca... e... e... briga na saca outra vez!: de rompante, a entrada de um "basta!", oriundo da verdadeira bancada que, de forma alguma, poderá permitir quaisquer animais em sacas de sarapelheira... briga por causa disso! Diga-se, em abono da verdade, que convicção ao "basta" até nem faltou, quase quase descontrolada, mesmo, mas ainda assim não bastou. Ciumento de um "basta!" e em grande estilo voador, se lança agora um engrandecido "chega!", de peito feito, estoico e sem qualquer espécie de cálculos maricas, mas antes totalmente possuído pela imagem de toda e qualquer galinha, seja ela a da sogra, a da vizinha ou até a da história lendária dos ovinhos de ouro. Também ele, o verdadeiro responsável por aqueles outros olhinhos, profunda e recentemente entristecidos, perdidos, sós e sem aparo, qual criança a quem nunca deixam entrar naquele jogo de bola, a menos que seja ele mesmo o dono da própria (sempre se abriu uma exceçãozinha, desde que à baliza, obviamente). Esmorecido, o Independente, verdadeiramente abatido. Não é realmente coisa que se faça a ninguém: violentamente agarrado pelo pescoço e diretamente arremessado do fundo da saca para o terceiro anel, ganhando o privilégio de uma perspetiva dos acontecimentos em tudo semelhante à minha, porém profunda e arrasadoramente insatisfeito, cabisbaixo, movimentos sem força, desmotivados, excluído que foi de brincadeira tão fixe, capaz de produzir milhentas arranhadelas, sibilos e bufos de aviso...
To be continued...
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