Falta cerca de um mês e meio para as eleições autárquicas. As listas candidatas aos 19 concelhos açorianos foram entregues no tribunal e, mais coisa menos coisa, todas as forças políticas estão em ambiente de campanha eleitoral. É, pois, caricato que o chefe do Governo entenda agora ser necessário e “urgente” nomear subdiretora regional da Cultura a candidata do PSD/A à Câmara Municipal de Angra do Heroísmo. Uma nomeação que o calendário político, o bom senso e até a autoproclamada humildade, obviamente, dispensavam. Ninguém consegue compreender o tempo escolhido nem, muito menos, o caráter “urgente” com que o Governo selou esta – enésima - nomeação política. As justificações atabalhoadas dadas pelo Presidente do Governo não convenceram nem ajudaram ao esclarecimento. Por detrás do incómodo mal disfarçado e das já habituais falinhas-mansas, esta nomeação “urgente” de uma candidata autárquica é reveladora de um “novo normal” que só uma anestesia coletiva explica que se aceite de ânimo leve.