Completaram-se ontem dois anos desde que a OMS declarou a COVID-19 uma Pandemia. Estima-se que a nível mundial haja, em seu resultado, seis milhões de mortes, embora alguns apontem, como cenário mais realista, para que esse número seja efetivamente o triplo.
Em Portugal, 21 mil mortes e mais de três milhões de infetados. As sucessivas vagas e variantes têm-nos posto à prova, para além dos seus efeitos, também na economia, nas liberdades e na saúde mental. Mas a OMS avisa que a pandemia "está longe de acabar": " e não acabará em nenhum lugar até que acabe em todos os lugares".
Ainda esta semana, especialistas portugueses alertavam para a subida dos níveis de transmissibilidade e para uma aparente inflexão da tendência de descida que se vinha verificando, embora sem níveis ou consequências verdadeiramente preocupantes.
Por sua vez, peritos internacionais, embora de forma cuidadosa, por via das más interpretações, têm chamado a atenção para o facto de as guerras, com o seu cortejo de vítimas e refugiados, mobilidade forçada e escassez de bens essenciais potenciar os problemas de saúde pública.
É verdade, felizmente, que a primeira variante ómicron parece ter sido mais benigna nos seus efeitos, embora agora venha a aumentar já o índice de transmissibilidade. Pelo que talvez seja ainda cedo para agirmos como se a pandemia já tivesse acabado...
Entretanto, os horrores da guerra de cerco à Ucrânia, com a selvajaria já ensaiada em Grosni e Alepo, têm vindo a aumentar de intensidade, com a guerra económica à Rússia a atingir o seu auge, enquanto o povo ucraniano resiste. A Europa mostra abertura para a análise do pedido de ingresso na União Europeia, numa altura em que continua a provar que os tempos não são de burocratas...
Se é verdade que o Mundo sempre foi perigoso, a intensidade da ameaça volta agora a rondar a cidadela europeia e a lembrar que a defesa dum modo de vida e dos correspondentes valores têm um preço, que temos de estar dispostos a pagar!