Volta a estar no centro do debate açoriano o tema da dívida pública da Região Autónoma dos Açores. E isso volta a acontecer porque a Região atingiu mais um marco negativo no que às finanças públicas diz respeito: pela primeira vez uma agência financeira classifica negativamente as finanças públicas e a divida da Região.
Não pretendo fazer qualquer tipo de crítica sobre este tema, até porque, por algumas vezes, já utilizei este espaço de opinião para o fazer. Vou antes deixar-vos alguns factos sobre o assunto e deixarei para os ouvintes qualquer tipo de avaliação sobre esta matéria.
Vejamos:
Uma agência financeira vem pela primeira vez classificar a divida da Região como negativa.
Classifica negativamente a capacidade da Região em cumprir com as suas obrigações.
Esta avaliação afeta não só a capacidade de financiamento do governo regional, mas também a capacidade de financiamento das próprias empresas privadas dos Açores.
O atual Governo diz que a culpa são as heranças do passado, mas continuemos nos factos:
O atual Governo Regional fez crescer a dívida da Região em mais de 325 milhões de euros por cada ano da sua governação.
No passado o crescimento da dívida andava à volta de 100 milhões por ano.
Comparativamente, em menos de dois anos, a atual governação endividou a Região, em média, mais do que seis anos e meio da anterior governação.
No passado, esta e outras agências financeiras, em momento algum classificaram desta forma a dívida da Região e a suas finanças públicas.
Perante estes factos, que são públicos, parece-me pertinente a seguinte questão: ainda acham que a questão do endividamento zero é por um bom motivo?
(Crónica escrita para Rádio)