Opinião

A história acontece é agora

Antes da autonomia, os Açores eram só mais uma região portuguesa. A gestão das finanças públicas estava sob a responsabilidade do governo da república e nessa época, a região enfrentava muitos desafios económicos e sociais, incluindo a falta de infraestruturas básicas, baixa diversificação da economia e um elevado nível de emigração.

Com a autonomia política e administrativa obtida pelos Açores em 1976, a região ganhou maior capacidade para definir suas próprias políticas. Durante a fase inicial, os Açores enfrentaram desafios significativos para equilibrar as contas públicas. A região precisava investir em infraestruturas básicas, na educação, na saúde, portos e aeroportos e outros setores para impulsionar o digno desenvolvimento social do povo. Isso levou a um aumento do endividamento. É o tal bom endividamento público de que vos falava há umas crónicas.

No entanto, ao longo das últimas décadas, a gestão das contas públicas nos Açores apresentaram uma evolução positiva. Houve um árduo trabalho para equilibrar o orçamento e garantir a sustentabilidade das finanças públicas. Paralelamente, os anteriores governos trabalharam na diversificação da economia regional com o objetivo de reduzir a dependência de setores tradicionais.

São tudo factos facilmente constatáveis por todos.

Aliás, a evolução conseguida, sem dúvida alguma, reforçou a autonomia e sobretudo aumentou a sua responsabilidade enquanto instrumento político no País e no Mundo. Foi também esta evolução que nos safou de uma intervenção do FMI em 2011 ao contrário do que aconteceu no Continente e na Madeira.

Por todo esse percurso, há uma importância histórica que deve ser mantida se queremos aprofundar a nossa autonomia. É por tudo isso que se torna urgente reverter os resultados dos últimos dois anos. A bem de todos nós!

 

(Crónica escrita para Rádio)