Opinião

Crítico

 

São Miguel encontra-se numa situação sem paralelo, a ilha mais populosa do arquipélago está sem hospital público.
Não estamos a falar (apenas) de um edifício, é a estrutura de saúde de referência em qualquer plano de emergência (municipal e regional), garantindo uma multiplicidade de respostas (médicas) que se estende ao todo regional.
Os constrangimentos com o encerramento abrupto daquela unidade de saúde estão, ainda, a ser contabilizados, sendo que aqueles que necessitam de assistência continuada viram agravada a sua qualidade de vida.
Felizmente, não existem vidas a lamentar e é de louvar o empenho de todos os profissionais envolvidos no combate ao incêndio, na evacuação e no acolhimento de doentes.
Perante esta condição impensável, há quem considere a construção de um novo hospital (como se isso fosse possível realizar num curto espaço de tempo), quando o que importa garantir, neste momento, é como dar resposta à “situação absolutamente crítica do Sistema Regional de Saúde e da capacidade hospitalar fundamental e imprescindível às populações” (Guilherme Figueiredo).
O caráter crítico desta ocorrência exige celeridade e competência, sem deixar cair a responsabilidade num manto de opacidade.